sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O lugar dos pobres... no Natal



Esta é uma altura do ano em que os pobres são mais lembrados. Pobres, que são cada vez mais em Portugal e no Mundo.
Vivemos num mundo profundamente injusto em que a pobreza e as desigualdades sociais crescem a olhos vistos, fruto da sociedade do lucro e do dinheiro em que vivemos.
O fosso entre ricos e pobres não pára de aumentar, estando a riqueza cada vez mais concentrada nas mãos de cada vez menos pessoas.
A cada dia que passa morrem 50.000 pessoas em todo o mundo, de pobreza extrema.
Estamos a chegar ao Natal. O movimento das ruas aumentou. As lojas enchem-se de pessoas que entram, fazem as suas compras e sorriem, dando a ideia de que está tudo muito bem… quando não me parece que esteja.
Não me parece que esteja, porque muitas pessoas correm o risco de passar um Natal muito triste. Um Natal pobre e sem alegria, enquanto outros têm um Natal de luxo com mesas recheadas e prendas caríssimas.
De um lado o inútil e o supérfluo; do outro a fome, a miséria. Uns podres de ricos, outros a morrerem à fome.
É tempo de olharmos para dentro de nós.
Não podemos ficar indiferentes ou ignorar esta pobreza que parece irreversível e que se alastra a olhos vistos.
Há que falar e alertar para uma moral social.
Encontramos hoje muita miséria disfarçada e envergonhada.
Lembramo-nos da pobreza na quadra natalícia...mas ela existe todos os dias do ano!
Por tudo isto, qual será o lugar que têm os pobres neste Nata                                                   

Um velho pinheiro

(Paulo Roberto Gaefke)

Um dia, diante da velha árvore torta, um pinheiro todo vergado pelo tempo, o sábio da aldeia ofereceu a sua própria casa para aquele discípulo que “conseguisse ver o pinheiro na posição correta”.
Todos se aproximaram e ficaram pensando na possibilidade de ganhar a casa e o prestígio, mas como seria “enxergar o pinheiro na posição correta”?
O mesmo era tão torto que a pessoa candidata ao prêmio teria que ser no mínimo contorcionista. Ninguém ganhou o prêmio e o velho sábio explicou ao povo ansioso que, ver aquela árvore em sua posição correta, era “vê-la como uma árvore torta”. Só isso!
Nós temos, em nós, esse jeito, essa mania de querer “consertar as coisas, as pessoas, e tudo o mais” de acordo com a nossa visão pessoal. Quando olhamos para uma árvore torta, é extremamente importante enxergá-la como árvore torta, sem querer endireitá-la, pois é assim que ela é.
Se você tentar “endireitar” a velha árvore torta, ela vai rachar e morrer, por isso é fundamental aceitá-la como ela é.
Nos relacionamentos, é comum um criar no outro expectativas próprias, esperar que o outro faça aquilo que ele “sonha” e não o que o outro pode oferecer.
Sofremos antecipadamente por criarmos expectativas que não estão alcance dos outros. Porque temos essa visão de “consertar” o que achamos errado.
Se tentássemos enxergar as coisas como elas realmente são, muito sofrimento seria poupado.
Os pais sofreriam menos com os seus filhos, pois, conhecendo-os, não colocariam expectativas, que são suas, na vida dos mesmos, gerando crianças doentes, frustradas, rebeldes e até vazias. Tente, pelo menos tente, ver as pessoas como elas realmente são, pare de imaginar como elas deveriam ser, ou tentar consertá-las da maneira que você acha melhor.
O torto pode ser a melhor forma de uma árvore crescer.
Não crie mais dificuldades no seu relacionamento, se vemos as coisas como elas são, muitos dos nossos problemas deixam de existir, sem mágoas, sem brigas, sem ressentimentos.
E, para terminar, olhe para você mesmo com os “olhos de ver” e enxergue as possibilidades, as coisas que você ainda pode fazer e não fez. Pode ser que a sua árvore seja torta aos olhos das outras pessoas, mas pode ser a mais frutífera, a mais bonita, a mais perfumada da região, e, isso, não depende de mais ninguém para acontecer, depende só de você.